O modelo geoquímico e mineralógico é adotado na indústria de petróleo e gás, visando fornecer uma representação dos parâmetros petroquímicos dos reservatórios e uma avaliação de formações.
Se feitos corretamente, os modelos podem resultar em mais precisão para cálculos de saturação de hidrocarbonetos, porosidade e volume de argila.
Tais informações sobre a composição geoquímica são úteis para o procedimento de acidificação e para a fiscalização de possíveis alterações no contato entre hidrocarboneto e água no reservatório em atividade.
Definições
É através da modelagem geoquímica que é possível determinar o grau de concentração de elementos químicos que compõem a matriz de determinada rocha.
A ferramenta geoquímica é responsável pela medição dessas concentrações. O processo decorre da análise da radiação gama. O funcionamento consiste na emissão de nêutrons pela ferramenta que em contato com a formação geram a radiação gama.
A modelagem mineralógica, por sua vez, se difere do procedimento anterior, pois buscará detectar as frações minerais presentes na matriz da rocha que é alvo do estudo.
Ao contrário do modelo anterior, esse tipo de modelagem não dispõe do uso de uma ferramenta de perfilagem com alcance para perceber os materiais. Portanto, esse procedimento demanda a adoção de outros tipos de técnicas para se obter os dados quantificados.
Metodologias
Há duas metodologias capazes de determinar precisamente as frações minerais em escala de poço. A mais conhecida e utilizada é a chamada modelo probabilístico, que se baseia em um sistema de equações definidas pela aproximação dos valores atribuídos aos diferentes perfis de poço através das respostas características de cada componente individualmente, sejam minerais ou fluidos, que constituem a formação, em função das frações volumétricas próprias de cada um.
A segunda metodologia largamente adotada é conhecida como modelo direto. Nesta abordagem, as frações minerais são calculadas a partir dos dados sobre concentrações de elementos químicos obtidos através da ferramenta geoquímica, aferidos com as concentrações de elementos químicas adquiridas através de FRX (Fluorescência de Raio X) e frações minerais adquiridas através de DRX (Difratometria de Raios X) encontradas em amostras de rocha.
Desafios
As metodologias apresentam algumas desvantagens por possuírem certos entraves para se trabalhar. Por exemplo, os modelos probabilísticos limitam o número máximo de componentes com relação aos perfis de entrada mais um.
Esses modelos ainda podem restringir a quantidade de minerais utilizados, pois parâmetros como porosidade e fluídos presentes não podem escapar da consideração, portanto isso pode dificultar a análise de formações de mineralogia mais complexas.
Para utilizar concentração de elementos químicos na elaboração dos modelos diretos, deve haver um detalhamento preciso da composição química de cada mineral, o que é uma variável dependente da condição geológica.
Há também o fato de ambos os modelos serem dependentes da ferramenta geológica, pois é a partir dela que se obtém informações sobre a qualidade dos teores dos elementos.
Além das limitações do modelo mineralógico, há também desafios externos que impactam na sua utilização em poços. Por exemplo, um dos critérios para a realização desse procedimento em poços é a aquisição da ferramenta geofísica desde a perfilagem. No entanto, nem sempre isso ocorre, por conta de questões econômicas.
Normalmente, a ferramenta geológica é mais utilizada na fase exploratória e pouco implantada nos poços das fases de desenvolvimento.
Há estudos que buscam contornar essas dificuldades através da tecnologia para possibilitar a realização da modelagem geoquímica e mineralógica de maneira precisa e adequada, além de considerar a questão crucial da viabilidade econômica. O desafio tecnológico visa encontrar uma maneira de replicar o trabalho da ferramenta geoquímica nos poços onde ela é encontrada em poços que não possuem tais recursos. Isso possibilita a formação de uma base de dados.
